Pelo fato do período mais fértil da mulher ir até os 30
anos, uma técnica oferece mais garantia para engravidar tardiamente. As
mulheres que adiam a gravidez – por causa da profissão, da busca por um
parceiro ou por outras questões pessoais – mas que, ainda assim, pretendem ter
filhos no futuro, podem contar com a tecnologia de congelamento de óvulos para
facilitar a sua fertilização quando chegar a hora.
A fase ideal para engravidar é entre os 25 e 30 anos,
período mais fértil e com mais chances de ter filhos. A partir desta idade, a
mulher já começa a produzir menos óvulos. E, portanto, é recomendável que, se
ela pensa em engravidar algum dia, comece também a pensar no congelamento dos
seus óvulos.
A vitrificação
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Reprodução
Humana (SBRH), o primeiro caso de gravidez com óvulo congelado ocorreu em 1986.
No Brasil, este procedimento vem sendo feito com mais segurança e,
consequentemente, maior sucesso a partir de 2008.
Conhecido como vitrificação, o congelamento de óvulos
consiste no armazenamento destas células para, depois, serem fertilizadas em
laboratório. Os óvulos são congelados em nitrogênio líquido e guardados em
recipientes com isolamento térmico.
Nesta técnica, o ovário da mulher é estimulado por
medicamentos para que produza uma quantidade extra de óvulos. Após este
processo, eles são extraídos com uma agulha e tratados para serem congelados rapidamente
e armazenados pelo tempo que for necessário.
Quando a mulher estiver disposta a ser mãe, os óvulos serão
descongelados e fertilizados in vitro, por meio da ICSI (técnica de
fertilização em que se injeta um único espermatozoide dentro do óvulo). Após a
formação dos embriões, eles serão implantados no útero da futura mãe.
Por que congelar os óvulos?
As mulheres nascem com uma média de 2 milhões de óvulos
imaturos, e já na primeira menstruação (menarca) este número diminui para 400
mil. Durante a fase reprodutiva, todo mês, mais ou menos mil óvulos são
recrutados durante o momento reprodutivo, porém apenas um óvulo terá o seu
amadurecimento completo, e todos os outros serão descartados, num processo
chamado apoptose.
Evoluções no tratamento e resultado
Antes dos anos 2000, os óvulos congelados muitas vezes
perdiam qualidade por serem armazenados de uma forma ainda não tão adequada,
resultando em problemas de cristalização na hora do descongelamento. Hoje, a
medicina reprodutiva está conseguindo excelentes resultados, graças a vários
aperfeiçoamentos que foram realizados em todo o processo.
De acordo com dados da SBRH, se há 30 anos eram perdidos 90%
dos óvulos, atualmente, este número caiu para 10%.
Dr. Flávio Garcia de Oliveira18/08/2014
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